NBR 15575:2020 – MUDANÇAS NOS CRITÉRIOS DE DESEMPENHO TÉRMICO.

O QUE ESPERAR?

NBR 15575

Escrito por: Carla Bernardes
Engenheira Civil, Consultora e Auditora I9 Consultoria

 

A última versão da Norma de Desempenho – NBR 15575 – publicada em 19 de fevereiro de 2013 ainda está em vigor, porém há uma revisão em andamento e sua pré-publicação foi realizada em junho de 2020, versão em debate. Neste processo, os construtores que participam do PBQP-h/SiAC 2018 ficam na expectativa das alterações da normativa, uma vez que o programa obriga o atendimento de seus requisitos.

Os critérios térmicos, por muitas vezes são ignorados e dependem de informações importantes dos fornecedores de materiais, como:
– Transmitância térmica;
– Capacidade Térmica;
– Absortância Térmica Solar;
– Elementos transparentes e até mesmo Abertura de ventilação.

Este último teve uma fixação de valor em 7% da área de piso, na versão normativa em debate, porém o critério de cálculo permanece o mesmo. A normativa, ainda estabelece um fator de degradação do desempenho da superfície de fachada em um período mínimo de três anos e oferece uma tabela com os valores previamente calculados, o que tem relação ao desgaste do material.

Outra novidade da NBR 15575, nesta versão normativa é a proporção de referencia dos elementos transparentes que deve ser < 30% na região sudeste e sul do Brasil, em função das temperaturas de inverno e demais regiões < 20%. Isso se dá pra que o nível de insolação seja adequado em não gere um aquecimento excessivo no ambiente que não possui persianas embutidas nas esquadrias, por exemplo. E é exatamente por isso que a normativa também trás condições especiais em fachadas pré-definidas para elementos com vidros de alto desempenho e elementos de sombreamento horizontal nas aberturas (Tabelas 5 a 7), lembrando que a zona bioclimática é estabelecida pela NBR15220-3 e todas essas informações vão interferir diretamente no método simplificado.

Quanto ao método detalhado de avaliação do desempenho térmico, quando não há o atendimento dos requisitos no método simplificado, há a opção de modelagem computacional e simulação das condições climáticas. Neste método a NBR 15575 trás algumas mudanças nos critérios inicias, agora se avalia todas as Unidades Habitacionais do pavimento e não mais as unidades críticas de verão e inverno.

Será necessário também a avaliação do pavimento térreo e pavimentos medianos a altura máxima da edificação, trazendo uma modelagem mais criteriosa e completa enquanto edificação. Isso pode favorecer não somente a avaliação de desempenho, mas também o custo dos serviços de modelagem gráfica.

Outra mudança nesse método são as características de ocupação e carga térmica, uma vez que a simulação deve prever elementos térmicos (Iluminação, pessoas e equipamentos) dentro da edificação. Para isso a normativa trás as tabelas com as informações necessárias ao cálculo.

A normativa também estabelece as características e validações dos softwares a serem usados, porém sem definição do mesmo, dando mais liberdade de escolha ao calculista. Uma característica importante a ser avaliada agora é a temperatura média do solo, já que o pavimento térreo deve ser analisado.

Os critérios estabelecidos para essa modelagem são:
– Percentual de horas ocupadas dentro de uma faixa de temperatura operativa (PHFT);
– Temperaturas operativas anuais máxima e mínima durante ocupação;
– Carga térmica anual total.

O que se percebe é que essa nova característica da NBR 15575 tem um impacto direto na cultura das construtoras da região sul, desfavorecendo o desafio de romper o atendimento mínimo da norma de desempenho. Porém nenhum trabalho realizado será desvalorizado, uma vez que já atendendo o nível mínimo, atende a norma de desempenho.

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Engenheira Civil, especialista em construção sustentável, pós-graduanda em engenharia de segurança do trabalho, com experiência em: Gerenciamento de projetos; Elaboração de projetos civis; Gestão da qualidade e fiscalização de obras (residenciais e industriais); Execução de orçamentos; Laudos técnicos e consultoria na área hidro-sanitária. Habilidade nos programas MS Project; SINAPI; WBS; TOTVS Protheus; AutoCad 2D; Hydros; Eberick; MS 0ffice (Excel avançado) e afins.

 

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